"E então o leão se apaixonou pelo cordeiro... "Que cordeiro idiota" "Que leão masoquista e doente"

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O PARTO DE BELLA




As luzes eram fortes e brancas. Bella estava sobre uma mesa debaixo da luz; a pele espectral sob o refletor.
     Seu corpo se debatia - um peixe na areia. Rosalie prendeu Bella na mesa, arrancando e rasgando suas roupas, enquanto Edward espetava uma injeção em seu braço.
       No meio disso tudo Bella voltou a si e gritou muito alto:
         -Tirem ele!
       Mas uma golfada de sangue sufocou o que ela gritava. Edward ergueu sua cabeça desesperadamente para que ela voltasse a respirar.
       Um estalo dentro do corpo, o mais alto até então.
       - A coluna - balbuciou Edward.
        Então me curvei sobra sua cabeça. A boca parecia desobstruída; então apertei a minha contra a dela e soprei uma lufada de ar. Senti seu corpo contraído.
        Seus lábios tinham gosto de sangue.
       Eu podia ouvir seu coração batendo irregular.
       Ouvi o som suave e molhado de um bisturi em sua barriga. Mais sangue pingando no chão.
       O ruído seguinte me provocou um sobressalto, como metal sendo rasgado,olhei naquela direção e vi Edward comprimido contra a protuberância da barriga. Dentes de vampiro - uma forma segura de cortar pele de vampiro.
       Ergui o olhar dos olhos brancos de Bella, ainda bombeando o coração para ela. Edward tinha uma seringa nas mãos com seu veneno.
      Ouvi o solavanco do coração de Bella, como se Edward lhe tivesse aplicado um choque com um ressuscitador.
       Era como se ele a estivesse beijando, roçando os lábios no pescoço, em seus pulsos, na dobra na parte interna do braço. Mas eu podia ouvir o luxuriante dilaceramento de sua pele à medida que os dentes dele mordiam repetidamente, forçando o veneno em seu organismo no maior número possível de pontos. Vi a lingua pálida de Edward lamber as feridas que sangravam, mas antes que isso pudesse me deixar com nojo ou raiva percebi o que ele estava fazendo. Onde a língua espalhava o veneno sobre a pele, o corte se fechava.Mantendo o veneno e o sangue dentro do corpo dela...
     Não havia mais nada ali, somente eu, somente ele.
    Trabalhando num cadáver.
    Porque era só o que restava da garota que ambos amávamos... (Jacob Black, Amanhecer)

       

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