"E então o leão se apaixonou pelo cordeiro... "Que cordeiro idiota" "Que leão masoquista e doente"

sábado, 26 de dezembro de 2009

SOBRE "CREPÚSCULO"

Meu Deus, por onde ando vejo Vampiros! Que delícia! Histórias e lendas sobre vampiros remontam da antiguidade. Praticamente, todas as culturas versam sobre alguma criatura mitológica de alma torturada, que bebe o sangue das suas vítimas.Uma versão mais moderna de vampiros elegantes, sedutores e extremamente versados tem em Drácula de Bram Stoker – um clássico da literatura levado ao cinema pelas mãos do diretor Francis Ford Coppola – uma da suas principais referências.Mas esta fascinação parece ter ressurgido ainda com mais força com “Twilight Saga”, a série de livros de Stephenie Meyer, tornando-se quase uma ‘pandemia de proporções insanas’ – como qualifica um artigo do The New York Times.Vampiros estão por todo lado – na literatura, seriados de TV, ensaios em revistas de moda como a Vogue Italiana e principalmente, na imaginação ativa de milhões de jovens adolescentes, que se vêem cada vez mais envolvidas com a sensualidade misteriosa dos ‘cold ones’.Uma passada de olhos nas publicações, vitrines de livrarias das grandes metrópoles e nas mãos dos próprios leitores deixa evidente que esta febre é real.É incrível constatar como, mesmo após 4 anos do seu lançamento, Crepúsculo ainda figura nas principais listas de livros mais vendidos em todo o mundo, juntamente com os outros livros da série.
“Na prática, a saga arregimentou uma legião de fãs adolescentes, entretanto, talvez uma das suas grandes virtudes parece ser a sua capacidade de tocar em arquétipos e situações atemporais, que permanecem desafiando o ser humano, mesmo na maturidade.”
Mas de onde vem tanta capacidade de envolvimento? Certamente, vem do mistério e do suspense, ingredientes sempre presentes nas lendas sobre vampiros, mas, principalmente, do fato da autora dar ênfase à faceta mais charmosa e sexy desses personagens. E tudo contado pela perspectiva de uma adolescente.Em um dos livros que comentam a série Crepúsculo a editora propõe: ‘esqueçam os vampiros assustadores das lendas e os vejam como realmente eles são: criaturas lindas, sexys, inteligentes, que convivem com humanos e dirigem carros rápidos e caros”. Um luxo!Esta história nasceu a partir de um sonho da escritora – em 2003 ela sonhou com um casal diferente: uma típica garota adolescente (Bella) e um vampiro de uma beleza estonteante (Edward), que conversavam intensamente em uma campina – e ganhou o mundo e o coração de adolescentes, em especial, as quais certamente se projetam na ‘sortuda’ Bella.Na prática, a saga arregimentou uma legião de fãs adolescentes, entretanto, talvez uma das suas grandes virtudes parece ser a sua capacidade de tocar em arquétipos e situações atemporais, que permanecem desafiando o ser humano, mesmo na maturidade.E, não é pra menos! Imaginem uma garota que se apaixona pelo garoto mais bonito e desejado do colégio e é correspondida? Imaginem se este garoto fosse perfeito: ‘lindo como um Deus grego’, rico, inteligente, toca piano e compõe músicas para ela, se veste e se comporta como um top model, tem bom caráter e mais... nunca envelhece e é capaz de fazer de tudo para conquistá-la e protegê-la?Digam-me se este não é sonho da maioria das mulheres–adolescentes ou não – mesmo que ele seja um vampiro?No fundo, a Saga do Crepúsculo é a história de um amor proibido, que trata de temas universais e se inspira em clássicos como ‘Romeu e Julieta’, de Shakespeare, entre outros. Os vampiros parecem ser um ‘gancho’ para falar deste amor proibido e tornar o contexto mais eletrizante.Para tentar entender o porquê deste frisson conversei com alguns leitores, a maior parte mulheres e em um primeiro momento, as respostas foram genéricas: “uma das coisas que mais me prendeu à trama é o suspense que existe em quase tudo. Nada está realmente claro, você imagina milhares de coisas, mas é só quando vira a página que tudo faz sentido” ou “Adoro uma ficção para fugir do cotidiano!”Mas, no fundo, o que pega mesmo é o vampiro top model, ‘Edward’, e a história de amor entre e ele e ‘Bella’. As mulheres, principalmente, ficam encantadas: “é um desejo muito forte meu, ver um amor verdadeiro que ultrapassa o egoísmo pessoal e as dificuldades pessoais.Ele (Edward) se fez melhor por amor a ela”, diz uma leitora de 51 anos. Mas, entre as jovenzinhas, como resume uma delas, o lema é “nada de príncipe encantado no cavalo branco, eu quero mais é um Edward Cullen no seu Volvo prata!”.Sempre é bom lembrar que, na vida real, a busca por esta perfeição pode ser muito frustrante e para os homens traz uma concorrêncaia com a qual é quase impossível competir.Em tempo, pedindo indicações, encontrei dois garotos que leram o Crepúsculo e o comentário mais freqüente foi “as meninas acham que ele (Edward) é o cara! Pra mim ele é esquisito.”Perfeição à parte, de fato, pode ser uma delícia experimentar a sensação de absoluto encantamento quando os protagonistas se dão conta de que suas almas encontraram uma à outra e que o amor pode ser maior que qualquer diferença. Ou mesmo, sentir aquele friozinho na barriga diante da descoberta do prazer que acontece aos poucos e vai sendo narrada em detalhes e de forma tão intensa. Irresistível!Uma coisa é certa: uma vez que, realmente, se vai para Forks – a cidade onde se passa a saga de Bella e Edward – a vontade é voltar sempre. Afinal, trazer um pouco de magia para o dia a dia pode ser muito gostoso!Aliás, até os protagonistas fogem para o Rio de Janeiro para viver sua própria magia e passam momentos inesquecíveis no Brasil!

Thelma Mello é advogada, formada pelo Largo São Francisco – USP. Atua na área de Comunicação e Marketing e Planejamento e Consumer Insight de várias agências, entre elas Young & Rubicam, Talent e DM9DDB. Tem seu próprio Estúdio de Pesquisa Qualitativa, que desenvolve trabalhos para clientes como Danone, Diageo, Johnsons, Purina/Nestlé e Unilever.
Revista Circuito • Agosto 2009

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