DONA-DE-CASA MÓRMON Stephenie Meyer garante que seus livros não tratam de abstinência sexual: "A verdadeira tentação é o conhecimento"
Em entrevista por e-mail, a americana Stephenie Meyer, 35 anos, autora da série best-seller Crepúsculo, diz que não gosta de histórias sangrentas e explica que seus vampiros são super-heróis, e não criaturas do mal.
*Você já comentou em várias entrevistas que não é fã de histórias de terror. Por que decidiu escrever sobre vampiros?
-Não escolhi os vampiros. Eles me escolheram. Escrevi sobre eles porque tive um sonho em que apareciam um vampiro e uma garota apaixonada por ele, e não tenho idéia da razão de eu ter tido esse sonho. Os vampiros que criei têm mais a ver com super-heróis do que com monstros. Sempre adorei super-heróis.
*Por que há tanta surpresa com o fato de uma mãe de família mórmon escrever uma história de vampiros?
- Creio que a surpresa vem de uma visão estreita e preconceituosa da minha religião. Também acho que, quando as pessoas ouvem falar em "história de vampiros", pensam que o livro é um romance de terror. Mas não sou uma pessoa sombria e não gosto de sangueira.
*A fé entra de alguma maneira na sua ficção?
- Sim, no sentido de fazer com que meus personagens tenham muita sensibilidade para temas espirituais. Isso facilita o relacionamento do leitor com eles. As pessoas reais sempre se perguntam o que virá depois da morte e como isso deve afetar o modo como elas vivem. Meus personagens se perguntam sobre isso também.
*Grande parte da tensão dos livros está no esforço do vampiro Edward para não morder sua namorada, Bella. Seria uma metáfora para a abstinência sexual?
-Não, isso seria muito limitado. Não escolhi a imagem da maçã na capa do primeiro livro, ou a epígrafe do Gênesis sobre o fruto proibido, para representar a experiência sexual. Eu queria que a imagem trouxesse à mente a expressão "o fruto do conhecimento do bem e do mal", também do Gênesis. A verdadeira tentação está em querer saber, ainda que o conhecimento possa ser perigoso. Meus dois protagonistas cedem a essa tentação e cruzam fronteiras perigosas um com o outro.
*Muitos filmes recentes, como meninas Malvadas, apresentam a escola secundária americana como um lugar de pressões insuportáveis para os adolescentes, e isso também transparece em seus livros. A escola é mesmo tão terrível?
- Não, não todo o tempo. Mas é um período crucial, que nos dá as melhores lembranças e as piores cicatrizes. É uma encruzilhada fascinante: você já tem idade para tomar decisões que afetarão o resto da sua vida, mas quase nunca permitem que tome essas decisões sozinho, sem a supervisão de um adulto. Há muito potencial para um romance nessa situação.
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